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A República Federal é um sistema estatal complexo, constituído pela Federação em nível de administração central e por 16 ”Länder“ em nível de estados. A Lei Fundamental estabelece a distribuição das tarefas entre a Federação e os estados. Nesse aspecto o sistema federativo alemão se assemelha ao de outras federações. A vida pública na Alemanha fundamenta-se primordialmente nas leis federais. Os cidadãos, segundo o princípio da subsidiariedade, lidam quase que exclusivamente com as repartições estaduais e com as administrações municipais, que atuam em nome dos estados. A razão disso está nos esforços empreendidos pela Lei Fundamental para combinar as vantagens do Estado centralizado com o Estado federativo. Os cidadãos de outros países federativos têm em sua vida cotidiana muito mais contato com representantes dos órgãos federais.
A Lei Fundamental exige que as condições de vida sejam semelhantes em toda a Alemanha. Essas condições de vida são determinadas essencialmente pelas políticas econômica e social. A constituição financeira da Alemanha priva os Estados de um espaço considerável no financiamento de suas tarefas. Todos os impostos rendosos são aprovados como leis federais, que no entanto necessitam da aprovação da representação dos estados, ou seja, do Conselho Federal. Uma parte desses impostos é destinada totalmente à Federação ou aos estados, uma outra parte, especialmente os impostos mais rendosos, são distribuídos entre a Federação e os estados. Nesse aspecto o Estado federativo alemão se assemelha a um Estado centralizado. No entanto, os estados federados controlam a maior parte das capacidades administrativas nacionais. Na administração alemã imperam, portanto, elementos federalistas. As administrações estaduais executam, por um lado, as suas próprias leis estaduais. Mas executam também a maioria das leis federais. Devido à grande quantidade de tarefas delegadas pela Federação aos estados, muitos deles foram obrigados a contrair dívidas substanciais. Em 2009, foi aprovada uma alteração constitucional que proíbe aos estados tomar novos financiamentos a partir de 2020 e que limita o novo déficit público permitido à Federação ao máximo de 0,35% do Produto Interno Bruto a partir de 2016, excetuando-se situações de crise econômica (freio da dívida).
Os estados executam por outro lado três tarefas nacionais sob responsabilidade própria: as questões das escolas e das instituições do ensino superior, a segurança interna, inclusive as tarefas da polícia, bem como a configuração da autogestão municipal. Os estados encontram nos amplos direitos de participação do Conselho Federal uma compensação para a precedência da Federação na legislação.
A Lei Fundamental como constituição da República Federal da Alemanha não prevê uma deteminada ordem econômica, porém exclui, uma economia de mercado puramente livre. Desde a criação da República Federal da Alemanha em 1949, a economia social de mercado forma a base da política econômica alemã. A economia social de mercado foi desenvolvida e implementada por Ludwig Erhard, o primeiro ministro da Economia e, mais tarde, o chanceler federal. A sua concepção fundamental está baseada no princípio da liberdade de uma economia de mercado, complementados com medidas de ajustes sociopolíticas. Por um lado, a livre atuação das forças do mercado deve ser viabilizada. Por outro, o Estado assegura uma rede social para garantir os riscos.
Os partidos concorrem às eleições para o Parlamento Federal a cada quatro anos. O índice de participação nas eleições na Alemanha é tradicionalmente alto e se situa – depois de uma fase de mais de 90% na década de 70 – desde a reunificação em 1990 em torno de 80%. Da décima nona eleição para o Parlamento Federal, em 2021, participaram 76,6 % dos eleitores habilitados a votar.
O euro é a moeda corrente da União Econômica e Monetária e, depois do dólar, o segundo maior representante do sistema monetário mundial. Responsáveis pela moeda única são o Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt, juntamente com os bancos centrais dos países membros. O euro é a moeda oficial de 20 dos 27 países da UE. Ele passou a circular na Zona Euro, inclusive na Alemanha, em 1o de janeiro de 2002 como papel moeda, depois de ser oficialmente a moeda comum para as transações comerciais desde o início de 1999.
O chanceler federal e os ministros compõem o governo federal ou gabinete. O chanceler baseia-se na prerrogativa de estabelecer as diretrizes da política do governo. Paralelamente, os ministros dirigem, no âmbito dessas diretrizes, a respectiva área de trabalho de maneira autônoma e sob responsabilidade própria, observando o princípio de coleguismo, segundo o qual o governo federal decide as questões sem consenso de acordo com o princípio da maioria qualificada. O chanceler é o chefe do governo.
A Alemanha já era, no século XIX, um país-alvo para um grande número de migrantes e tornou-se, desde a segunda metade do século XX, o país da Europa com o maior número de imigrantes. Em 1950, a porcentagem de estrangeiros no total da população da República Federal da Alemanha era de um por cento, ou seja, cerca de 500 mil. Isso mudou claramente. Hoje, 11,6 milhões de estrangeiros vivem na Alemanha, isto é, 13 por cento do total da população.
Em 2021, os gastos das empresas com pesquisa e desenvolvimento próprios subiram para 75,8 bilhões de euros. Uma grande parte deste dinheiro é investido na construção de veículos.
A configuração e coordenação da política econômico-financeira é, conforme o sistema federativo, tarefa conjunta da Federação, Estados e municípios. Eles colaboram em diversos grêmios. Além disso, o governo federal é aconselhado por cientistas econômicos independentes. Todos os anos em janeiro, o governo federal apresenta ao Parlamento Federal e ao Conselho Federal o Relatório Econômico Anual. Ele contém uma exposição das metas da política econômico-financeira do governo federal para o ano em curso e os elementos do planejamento das políticas econômica e financeira. A livre concorrência constitui uma condição para o funcionamento da vida econômica na Alemanha, a qual é protegida pela Lei contra Limitações da Livre Concorrência. Essa lei proíbe procedimentos adversos à livre concorrência de empresas e também de países. Igualmente são criticadas as fusões de empresas, as subvenções estatais e as barreiras de acesso ao mercado, no tocante à eficácia da concorrência.
→ bmwi.de
Em 1957, a Alemanha foi um dos seis membros fundadores da atual UE, juntamente com a França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Atualmente, ela é composta por 27 países, em 20 dos quais o euro é a moeda oficial. Para a Alemanha, a integração europeia é a base para a paz, a segurança e a prosperidade. Entre outros aspectos, o mercado único europeu desempenha um papel central. A Alemanha também apoia a integração de outros membros à UE.
→ bpb.de