Virada energética – Projeto para gerações

A transição energética está a ser impulsionada na Alemanha com elevada prioridade. O foco está em aumentar a eficiência energética e expandir as energias renováveis o mais rapidamente possível.

Em vez de petróleo, carvão, gás ou energia nuclear, a eletricidade na Alemanha deve vir principalmente do vento, do sol, da água ou da biomassa no futuro. Já em 2030, pelo menos 80% do consumo alemão de eletricidade deverá ser gerado a partir de energias renováveis. Esta conversão fundamental do abastecimento energético é um pré-requisito central para fazer da Alemanha um país industrializado neutro para o clima até 2045. Um desafio adicional aqui é que a expansão das energias renováveis deve também cobrir o aumento esperado da procura de eletricidade, por exemplo, através de uma maior eletromobilidade.

Ao mesmo tempo, a Alemanha quer tornar-se independente das importações de petróleo e gás o mais rapidamente possível, por razões de segurança e política económica. Sendo um país pobre em matérias-primas, a República Federal A República Federal A República Federal é um sistema estatal complexo, constituído pela Federação em nível de administração central e por 16 ”Länder“ em nível de estados. A Lei Fundamental estabelece a distribuição das tarefas entre a Federação e os estados. Nesse aspecto o sistema federativo alemão se assemelha ao de… Mais informações › teve de importar combustíveis fósseis em grande parte de outros países. A rápida mudança para energias renováveis também serve, portanto, para reduzir e, em última análise, eliminar completamente as dependências associadas. O projeto geracional de transição energética deve garantir um fornecimento de energia limpa, acessível e segura no futuro. 

A Alemanha iniciou a eliminação progressiva tanto da energia nuclear como da produção de energia a carvão numa fase inicial. Já em 2000, o então Governo Federal Governo federal O chanceler federal e os ministros compõem o governo federal ou gabinete. O chanceler baseia-se na prerrogativa de estabelecer as diretrizes da política do governo. Paralelamente, os ministros dirigem, no âmbito dessas diretrizes, a respectiva área de trabalho de maneira autônoma e sob… Mais informações › concordou com as empresas energéticas alemãs em eliminar progressivamente a energia nuclear. Após o desastre nuclear em Fukushima, Japão, em 2011, o fim regular da energia nuclear foi marcado para o final de 2022. As últimas centrais de energia devem agora ser desativadas até 2023, o mais tardar. 

Uma lei aprovada em 2020 estipula também que a Alemanha irá eliminar progressivamente a produção de energia elétrica a carvão até 2038, o mais tardar. As regiões carboníferas afetadas na Alemanha irão receber ajuda para a mudança estrutural necessária. O Governo Federal, em funções desde o final de 2021, pretende concluir a eliminação do carvão de forma ideal até 2030.

A promoção das energias renováveis começou na Alemanha nos anos 90; em 2000 foi firmemente ancorada na Lei das Energias Renováveis Lei das Energias Renováveis A Lei de Energias Renováveis (EEG) regula a alimentação privilegiada da eletricidade de fontes renováveis na rede de distribuição elétrica e garante aos produtores preços fixos para a sua eletricidade. Ela ficou consagrada como muito bem-sucedida no processo de ampliação das energias renováveis e… Mais informações › (EEG). Uma componente foi a chamada taxa EEG, que foi utilizada para transferir os custos crescentes da expansão da eletricidade verde para os consumidores numa base pro rata. O governo alemão aboliu a taxa em 2022 a fim de aliviar os clientes de eletricidade do rápido aumento dos custos de energia.

Graças em parte aos subsídios estatais, uma grande parte da eletricidade hoje em dia já provém de energias renováveis. Na primeira metade de 2022, a quota era de cerca de 49%. O governo alemão quer acelerar maciçamente a expansão na década de 2020. Em termos concretos, isto significa que: novas centrais eólicas serão construídas em terra e, acima de tudo, no mar. Todas as áreas de telhado adequadas devem ser utilizadas para energia solar, e mais sistemas fotovoltaicos estão também planeados em terrenos agrícolas. 

No entanto, a transição energética requer não só novas instalações, mas também uma rede elétrica adequada. Por exemplo, são necessárias várias centenas de quilómetros de linhas elétricas para transportar a eletricidade gerada a partir da energia eólica, principalmente no norte, para o sul da Alemanha, onde estão localizadas grandes operações industriais. O Ministério Federal para Assuntos Económicos e Proteção Climática atribui “importância central para uma transição energética bem-sucedida” à expansão das redes suprarregionais e também das redes de distribuição local.

O uso de hidrogénio verde, que é produzido com a ajuda de eletricidade a partir de energias renováveis, é considerado indispensável para uma transição energética bem sucedida. Isto é particularmente importante para uma indústria sustentável: O hidrogénio verde pode ser utilizado em áreas onde a eletrificação não é previsivelmente possível ou é difícil, por exemplo nas indústrias do aço e química, assim como na aviação e navegação. 

A estratégia de hidrogénio da Alemanha depende fortemente da cooperação internacional, porque é necessária a importação de quantidades significativas. Isto porque o hidrogénio verde é melhor produzido onde existe energia renovável suficiente proveniente do sol ou do vento para a sua produção. O governo alemão está, portanto, a construir parcerias estratégicas, por exemplo com países da região MENA, na África do Sul e Ocidental e na Austrália. Ao mesmo tempo, a Alemanha está a promover a investigação e desenvolvimento no campo do hidrogénio verde, a fim de se tornar um pioneiro internacional com tecnologias de proteção climática modernas e viradas para o futuro.

A energia da Alemanha não só deve ser produzida de forma mais ecológica, mas também utilizada de forma mais eficiente e económica. O lema é: “A energia mais limpa e mais barata é a que não é consumida em primeiro lugar.” O consumo de energia primária já diminuiu significativamente: em 2020, o decréscimo em relação a 2008 foi de 17%, e até 2050, espera-se que o consumo caia 50%.

Existe um potencial significativo de poupança no setor da construção. Isto porque cerca de 35% da energia final total é aí consumida, por exemplo, através de aquecimento e água quente. Por este motivo, a Alemanha apoia os cidadãos com subsídios estatais para a renovação de edifícios energeticamente eficientes. Desde 2000, mais de cinco milhões de proprietários já realizaram estas renovações, por exemplo, substituindo um sistema de aquecimento antigo ou instalando janelas de poupança de energia. 

A digitalização também contribui para uma transição energética bem-sucedida, por exemplo, através da introdução de sistemas de contagem inteligentes. Os chamados contadores inteligentes estão cada vez mais a substituir os contadores de eletricidade analógicos. Uma vantagem: o contador mostra o consumo real de eletricidade e também o tempo real de utilização. Isto permite aos consumidores saberem melhor, por exemplo, como podem poupar mais eletricidade. 

Os sistemas de contagem inteligentes também ajudam a combinar corretamente a produção e o consumo de eletricidade na rede. Por exemplo, ajudam a assegurar que existe eletricidade suficiente quando cada vez mais cidadãos carregam os seus carros elétricos ao mesmo tempo ao final da tarde e à noite.